Kings Of Leon: banda simplifica e olha para suas raízes
Boa execução instrumental e adição de elementos de música negra marcam a sonoridade de Come Around Sundown
A fase pré Only By The Night parece ter ficado definitivamente para trás (uma pena), mas o Kings Of Leon segue dando passos à frente, mas sem esquecer das suas raízes. Neste álbum, os elementos do rock do sul dos Estados Unidos, como a mistura do soul e do country, e principalmente o casamento entre a guitarra de Matthew Followill com os vocais do seu primo Caleb, foram revisitados. Come Around Sundown é basicamente voz e guitarra. E no meio disso percebemos alguns elementos de música Gospel, como em Radioactive. Em Back Down South, o KOL resgata suas raízes country diluídas depois de Aha Shake Heartbreak de 2004.
Come Around Sundown soa como uma tentativa de reincorporar o que se perdeu de mais autêntico na banda: as raízes. Menos pop que no último álbum, a banda chama atenção com boas construções sonoras e arranjos bem elaborados. Mas é tudo muito linear. O vocal de Caleb Followill ousa pouco e carrega o álbum de performances repetitivas. Há um certo equilíbrio na sonoridade do álbum, o que o torna homogêneo. Às vezes nem percebe-se o término de uma faixa e o início de outra.
Radioactive com um ritmo contagiante, Beach Side envolta num clima good vibrations e The Immortals e seu vigor sonoro são os high scores desse álbum, que não traz grandes deslizes, já que o quarteto Followill decidiu não ousar muito e colocar o pé no freio na corrida da música pop. Mas é a faixa Mary que talvez tenha o poder de conquistar a todos: uma balada que foge da linearidade do disco e nos traz um pouco mais de energia, além de uma guitarra muito bonita e um empolgante desempenho de Caleb nos vocais.
Ouça Come Around Sundown:
Apesar de ser bom, Come Around Sundown carece de ousadia e não consegue entusiasmar e mexer com as emoções.
O álbum será lançado no dia 19 de outubro.
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