"So I think It’s Time For Us to Have a Toast" – Kanye West (Runaway)

A voz e a energia de Beyoncé não são suficientes para segurar o álbum 4

 

Ao terminar de ouvir o disco 4, tem-se a sensação de que é um trabalho inacabado e com grandes falhas de escolha de repertório. Beyoncé arrasta sua voz música após música e não consegue dizer a que veio. Apenas um disco de alma feminina, mas falta um conceito mais consistente que o girl power. Mas apesar de tudo, não é um álbum totalmente descartável. A faixa de abertura, 1+1, é uma excelente e bem construída canção de amor, com um belo arranjo e grande performance vocal da diva, clamando insinuante: “Make love to me!”

O que salva o disco são exatamente os seus highlights. Não deve ser a melhor performance da cantora em vendas. Ainda mais depois do vazamento prematuro dos disco, mal que atingiu Christina Aguilera e Kanye West em 2010 e prejudicaram os artistas. Mas são músicas como a já citada faixa de abertura, I Care, Party (a parceria com Andre 3000 e Kanye West) e o primeiro single Run The World (Girls) que dão a 4 um sopro de energia.

Um disco pela metade e carente de mais ousadia. Beyoncé quis claramente investir em canções linhas musicais para que pudesse trabalhar seus recursos vocais. Em I Care, ela acerta a mão e entrega um emocionante e  intenso lamento. Em Party, as participações de Kanye e Andre deixam 4 mais interessante, com boas rimas. Mas nada mais que isso. Em End Of Time, música que já marca a parte final do álbum, as batidas contagiantes começam a aparecer. Era o que faltava…

Run The World (Girls)

Até que chega o ponto alto do disco, na última faixa. Uma música poderosa, ousada, cheia de batidas contagiantes, texturas. Uma música uptempo cheia de variações, genuinamente girl power, instintiva e bem construída. O melhor single pop lançado este ano, ao lado de Rolling In The Deep, da Adele. Infelizmente a recepção do mercado não foi tão boa como foi com a cantora britânica.

Beyoncé decidiu investir numa linha mais melódica e cadenciada, mas pecou no desenvolvimento do conceito e faltou criatividade.

Comentários em: "Crítica: Beyoncé – “4”" (1)

  1. Eita, não concordo. Quando ouvi o álbum pela primeira vez, achei meio “antiquado”. Quando ouvi novamente, achei muito mais “retrô”, mega conceitual. Não sou fã da Beyoncé e nem gostava MUITO de nada lançado por ela desde “Irreplaceable”, mas esse disco é muito bem pensado. Faixas como “Love on Top” e “Rather Die Young” tem a cara dos Anos 90 e eu consigo visualizar até as ombreiras. Se isso não for conceitual, só pode ser muito mau gosto.

    É o tipo de disco que eu acho que vai flopar pelo público, mas é um trabalho bem feito. As referências a Whitney Houston e Mariah Carey das antigas estão nítidas. O som é bem parecido e me faz esperar começar “A Próxima Vítima” a qualquer momento. Acho que alcançaram o que queriam.

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