"So I think It’s Time For Us to Have a Toast" – Kanye West (Runaway)

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Crítica – Bon Iver: Bon Iver

A mais bela sinfonia sonora lançada em 2011

Bon Iver corresponde às expectativas e entrega um dos discos mais criativos, bonitos e espetaculares do ano. É um álbum que já pode entrar para a galeria dos melhores dos últimos anos, ao lado de The Suburbs (Arcade Fire) e do grandioso My Beautiful Dark Twisted Fantasy (Kanye West). Bon Iver apostou no piano, explorou diferentes sonoridades, arranjos deliciosamente belos e doces melodias. O resultado é uma sinfonia pop clássica e ao mesmo tempo moderna aprisionada em acordes de indie rock, dubstep e folk. Mas quando olhamos para a estrutura das faixas, vemos em todas a ausência de pretensões comerciais e a estética pop desconstruída. Não há refrões em nenhuma das 10 faixas, poucas repetições e uma mistura excêntrica de graves e agudos entre teclados, metais, cordas e batidas. É o que faz de My Beautiful Dark Twisted Fantasy um álbum épico, ao combinar genialidade e popularidade, ao entregar sons incomuns, refinados e inteligentes ao grande público. Bon Iver trabalhou com Kanye West nesse álbum.

Mas nada disso faz do disco Bon Iver um trabalho fadado ao underground. Percebemos que, aqui, Justin Vernon segue os mesmos passos do Radiohead e trilha seu caminho pelas vias laterais da música pop, alçando grandes patamares graças à crítica e à legião fiel de fãs em potencial que a banda pode conquistar.

A abertura do álbum fica por conta de uma faixa dividida em duas: Perth e Minesotta, WI. O álbum parece o diário de uma viagem em forma de registro musical. A famosa cidade australiana e os Estados de Minnesota e Wisconsin, nos Estados Unidos. Perth traz uma bela combinação de guitarra e tambores embalando o falseto de Justin Vernon, enquanto Minesotta produz uma atmosfera eletrônica entre cordas e batidas e o timbre natural de Vernon.

A sequência traz uma série de músicas letras com apelo poético e instrumentais que dão vida aos mais belos arranjos feitos nos últimos anos.  Towers é uma das melhores faixas, incorporando a alma folk presente em Bon Iver, em seguida Michicant, outro ponto alto do álbum, mostra como Bon Iver reuniu diferentes tipos de som para compor grandes músicas. Aqui nos surpreendemos com uma buzina de bicicleta, depois de já termos ouvido tambores de guerra em Perth. Violinos e o piano juntos em Wash., o dubstep vibrante de Hinnom, TX. A viagem de Justin Vernon segue com Calgary e a instrumental Lisbon, OH , que serve de prelúdio para Beth/Rest, música que merece um destaque especial:

Beth/Rest:

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Uma faixa de encerramento que pode ser definida como espetacular! A melhor música do álbum, um sonoridade ímpar. Parece um cântico religioso, um hino de rock, um clássico folk… Um som hipnotizante. Uma música repleta de emoção e que vale por todo o disco. Uma faixa digna de encerrar em grande estilo uma das mais belas obras musicais lançadas nos últimos anos.

Crítica: Beyoncé – “4”

A voz e a energia de Beyoncé não são suficientes para segurar o álbum 4

 

Ao terminar de ouvir o disco 4, tem-se a sensação de que é um trabalho inacabado e com grandes falhas de escolha de repertório. Beyoncé arrasta sua voz música após música e não consegue dizer a que veio. Apenas um disco de alma feminina, mas falta um conceito mais consistente que o girl power. Mas apesar de tudo, não é um álbum totalmente descartável. A faixa de abertura, 1+1, é uma excelente e bem construída canção de amor, com um belo arranjo e grande performance vocal da diva, clamando insinuante: “Make love to me!”

O que salva o disco são exatamente os seus highlights. Não deve ser a melhor performance da cantora em vendas. Ainda mais depois do vazamento prematuro dos disco, mal que atingiu Christina Aguilera e Kanye West em 2010 e prejudicaram os artistas. Mas são músicas como a já citada faixa de abertura, I Care, Party (a parceria com Andre 3000 e Kanye West) e o primeiro single Run The World (Girls) que dão a 4 um sopro de energia.

Um disco pela metade e carente de mais ousadia. Beyoncé quis claramente investir em canções linhas musicais para que pudesse trabalhar seus recursos vocais. Em I Care, ela acerta a mão e entrega um emocionante e  intenso lamento. Em Party, as participações de Kanye e Andre deixam 4 mais interessante, com boas rimas. Mas nada mais que isso. Em End Of Time, música que já marca a parte final do álbum, as batidas contagiantes começam a aparecer. Era o que faltava…

Run The World (Girls)

Até que chega o ponto alto do disco, na última faixa. Uma música poderosa, ousada, cheia de batidas contagiantes, texturas. Uma música uptempo cheia de variações, genuinamente girl power, instintiva e bem construída. O melhor single pop lançado este ano, ao lado de Rolling In The Deep, da Adele. Infelizmente a recepção do mercado não foi tão boa como foi com a cantora britânica.

Beyoncé decidiu investir numa linha mais melódica e cadenciada, mas pecou no desenvolvimento do conceito e faltou criatividade.

Crítica: Lady Gaga – Born This Way

Born This Way já é recorde de vendas, certamente o disco mais aguardado do ano, tanto pelos fãs quanto pelos desconfiados em relação à Lady Gaga. Será que o segundo disco de um dos maiores fenômenos da música pop seria a confirmação de Lady Gaga nesse posto?

Neste álbum, Gaga apresenta uma versatilidade musical fortemente preenchida por seu senso comercial. Ela sabe o que vende, ou melhor, o que está vendendo. A música Born This Way, lançada em fevereiro chegou a 6 semanas consecutivas em primeiro lugar na Billboard. Já Judas e The Edge Of Glory não conseguiram o mesmo êxito. Mais que um fenômeno de charts, Lady Gaga é um fenômeno da cultura pop. Sua influência vai muito além dos Estados Unidos.

Em Born This Way, Lady Gaga segue trazendo suas influências musicais já conhecidas, como Elton John, Madonna e Queen, mas dessa vez o que domina o álbum é sua influência oriunda do rock. É claramente inspirado por bandas como Kiss, Bon Jovi e A-Ha. Os anos 80 e 90 ainda são as grandes inspirações para a diva, que lança um dos álbuns mais ambiciosos dos últimos anos. Gaga em BTW é uma verdadeira máquina de fazer hits, ela não chega a surpreender no som que ela entrega, mas os méritos do seu trabalho são inegáveis. Religião, liberdade e festas são os temas dominantes das faixas deste álbum.

São ao menos 7 hinos em potencial, poderosos hits de pista de dança e refrões inteligentes. Scheiße e Government Hooker dois dos principais destaques do álbum. Em meio a tantas batidas familiares e refrões contagiantes, Gaga também traz trabalhos com marca autoral e originalidade. É o caso de Judas, a música mais singular e forte de Born This Way.

Government Hooker

O que tem de mais interessante no novo da Lady Gaga é a notável ambição da cantora. O recado é claro: ela quer ser a maior do mundo. E para isso lança um álbum com vários hits em potencial, cria uma estrutura gigantesca de divulgação, não mede esforços, se empenha nas redes sociais…

De fato, este é o mais forte e bem feito álbum pop dos últimos anos. Arrisco dizer que nesta década nenhum álbum pop é equivalente a este. Ou melhor, Born This Way está levemente acima de Stripped (Christina Aguilera) e Futuresex/Lovesounds (Justin Timberlake), mas não chega ao nível de Speakerboxxx/The Love Below (Outkast). Mas está aí, na prateleira dos mais importantes, além de ser melhor que o disco anterior da própria Gaga.

A essência da música pop preenche as faixas de Born This Way. Uma inteligente mistura de elementos, boa dosagem de voz e recursos eletrônicos, refrões bem construídos e letras inteligentes.

Esse é o disco da confirmação e, nele, Lady Gaga marca seu território na música pop.

Crítica: Foo Fighters – Wasting Light | Química perfeita entre pop e rock!

No novo álbum, Dave Grohl e companhia lançam a obra mais consistente de seus últimos anos de carreira


A partir do álbum In Your Honor, lançado 2005, o Foo Fighters não alcançava a performance de One By One e dos álbuns da década de 90. Tanto que em setembro de 2008, a banda anunciou uma pausa. Mas esta pausa não durou muito e no início de 2009, a banda já anuciou planos para um novo trabalho.

Justamente na volta de Pat Smear (2ª guitarra), a banda alcança novamente a sua melhor forma. O último trabalho de Smear com o Foo Fighters foi The Colour and the Shape. O guitarrista também participou de Skin And Bones, o álbum ao vivo da banda, já no retorno ao FF.

O resultado sai agora, em 2011, e a longa espera valeu a pena. Wasting Light é um ótimo disco, rock’n’roll ao melhor estilo Foo Fighters, um álbum cheio de hits em potencial. E um dos mais pop da banda também, trazendo refrões bem contruídos e ao bom e velho estilo sing-along, dos maiores hits do Foo Fighters. Recolhendo as cinzas, a abertura com Bridge Burning já é de tirar o fôlego, ainda mais sendo a melhor música do disco, dosando perfeitamente peso e cadência, um refrão envolvente e uma performance instrumental de altíssimo nível. Na sequência, Rope e mais uma incrível performance da banda, um refrão poderoso e arrebatador.

Dear Rosemary, a balada fofa do disco também não decepciona. Para levantar de novo, White Limo chega com a performance gutural de Dave Grohl e o ritmo acelerado da bateria de Taylor Hawkins. E quanto mais ouvimos o disco, temos a percepção de que qualquer música poderia virar single. Wasting Light é um raro disco em que todas as músicas funcionam. Dá pra destacar highlights, mas o disco todo é uma das mais bem feitas obras pop dentro do rock’n’roll dos últimos anos. Algo que só o Foo Fighters poderia mesmo lançar e levar o rock de volta às paradas de sucesso.

As paradas britânicas e americanas aguardam um bom desempenho de Wasting Light nas vendas. O disco foi oficialmente lançado em 12 de abril.

UPDATE: Foo Fighters destrona Adele nas paradas britânicas.

Voltando à audição: não podemos encerrar sem destacar o segundo ponto alto (entre vários) de Wasting Light: I Should Have Known. A música mais completa e redonda do álbum. Não digo a melhor, já que Bridge Burning é um soco no estômago arrebatador. Mas em termos de beleza, a penúltima faixa do álbum é imbatível, além de trazer toda a intensidade da banda.

Wasting Light é para fãs de rock’n’roll. Wasting Light é para trazer novos fãs ao rock’n’roll.

Crítica: The Strokes – Angles | Para esquecer Is This It e dizer: Temos mais a oferecer

Mudanças de rumo e sonoridade marcam o retorno dos garotos de Nova York

Angles traz músicas que, à primeira audição, não impressionam ou envolvem o ouvinte. Mais que isso: a pergunta “São mesmo os Strokes” veio logo à mente assim que escutei Macchu Picchu e talvez não conseguiria identificar não fosse o vocal marcante de Julian Casablancas, mesmo abafado no meio da atmosfera eletrônica incorporada nessa abertura do álbum.

E já com Under Cover Of Darkness temos a noção do que é e do que significa este álbum dos Strokes. A verdade é que quanto mais Is This It for consagrado e os fãs e críticos esperarem que a banda siga a mesma linha do álbum de estreia e se supere, os Strokes vão fracassar. E por isso Angles vem pra provar que a banda abriu um leque para mostrar que sua sonoridade vai além de Is This It. Se eles ficaram fora e, quando voltaram, perceberam que todo mundo estava cantando a mesma música havia 10 anos… Bom, já era hora de mudar e foi o que eles fizeram.

Este não é o melhor álbum da banda, não supera Is This It, ou mesmo Room On Fire. Mas deve ser um divisor de águas para a própria sobrevivência da banda.

A partir de Two Kind Of Happiness, já constatamos o que há em Angles. A influência de New Order é bem evidente e o disco é inteiro uma mistura clássica e bem feita entre rock e música eletrônica. O que pôde ser visto no álbum solo de Julian Casablancas, o Phrazes For The Young, que traz essa mistura submersa num pop de pista de dança.

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You’re So Right vem em seguida, desacelerada e ainda mais estranha. As experimentações funcionam e, apesar do estranhamento, é interessante ouvir as guitarras de Albert e Nick mais calmas e eletrônicas, como também aparecem em Games.

Taken For A Fool é uma das melhores do álbum, soa como o caminho certo encontrado pela banda, que decidiu repaginar sua sonoridade. Já a partir da balada Call Me Back o álbum cai um pouco. Em Metabolism, parece que a banda volta ao clima de Room On Fire, lembrando sucessos como Reptillia e Heart In A Cage. E encerrando o álbum, Life Is Simple In The Moonlight com suavidade.

Angles é um álbum que prova e estampa todas as referências e influências musicais dos Strokes da forma mais clara e escancarada. Mesmo assim, soa tão diferente dos Strokes, descaracteriza um pouco a banda, mas oferece novos caminhos e possibilidades. O saldo é positivo, mas Angles é mais como uma divisão na carreira da banda do que a continuidade do trabalho. Vamos ver se eles superam os desentendimentos e rusgas para seguir traçando a carreira dessa grande banda chamada The Strokes.

Crítica: Femme Fatale – Britney Spears

Mesmo sem grandes highlights, Britney consegue lançar um dos melhores trabalhos de sua carreira


Demonstrando evolução, inteligência e assimilação do novo mercado, a diva pop chega ao seu sétimo álbum lançado (data oficial: 29/3). E Femme Fatale é um disco oportunista e contemporâneo, pois consegue captar a demanda do mercado pop atual, que todos conhecemos pelo nome de Electropop, variante da Pop Music que já conhecemos desde o início da década, mas que chegou ao seu auge nos dois últimos anos. Nomes como Ke$ha, Lady Gaga, David Guetta e Black Eyed Peas são exemplos de como o Electropop dominou a música nesses últimos anos. Rihanna foi a mais recente popstar a perceber o novo cenário e reformulou sua música para se adequar. Funcionou.

E eis que Britney Spears volta com um disco forte, de batidas incrivelmente envolventes, refrões poderosos, muitos sintetizadores, auto-tune e outros elementos eletrônicos. Os dois primeiros singles demonstram a força do álbum: Hold It Against Me e Till The World Ends, trazem refrões pegajosos e um ritmo envolvente. Um acerto para os amantes da Pop Music. E mesmo abusando do Eletrocpop, que na verdade é uma prática musical extremamente pobre, Britney faz uma boa mistura de batidas e ritmos. Dá pra encontrar de tudo em Femme Fatale: músicas cheias de overdubs, uptempo, batidas de todo tipo e textura, refrões grudentos… Um caldeirão pop.

Big Fat Bass – Britney Spears feat. Will.i.am

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Logo após o início sufocante com Hold It Against Me e Till The World Ends, Femme Fatale pisa no freio com Inside Out. As faixas I Wanna Go e How I Roll destoam e não funcionam, são as mais fracas do álbum, seguida de Criminal. Depois, uma boa sequência com (Drop Dead) Beautiful, Seal With A Kiss e a excêntrica e poderosa Big Fat Bass, com Will.i.am. Trip To Your Heart é a melhor faixa do disco, um oásis depois de tantas batidas sufocantes. Fechando tem a faixa Gasoline, com pinta de terceiro single e Criminal.

Trip To Your Heart – Britney Spears

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Femme Fatale é um álbum de acordo com o mercado, muito bem produzido e apesar de parecer inovador em seus ritmos, mostra-se apenas inteligente e atento à demanda do mundo pop. Tem ótimos músicas, como já citamos, mas após algumas audições já se mostra cansativo. Em todo caso é um acerto musical de Britney Spears, um álbum homogêneo, explosivo, de pista de dança e paradas de sucesso. Resta saber até quando a moda do eletropop continuará reinando.

Crítica / Radiohead – The King Of Limbs: uma das obras mais emocionantes e sentimentais da banda

Sem deixar de lado os recursos eletrônicos, o novo álbum do Radiohead alcança diretamente o coração

Apenas 8 faixas de uma obra que parece ser apenas o início de um grande projeto vai diretamente ao encontro das expectativas dos fãs de Radiohead, acostumados à sonoridade incomum e original, às belas melodias, ao falsete (marca registrada de Thom Yorke) nas canções, à já de costume presença de música ambiente, letras simples… Tudo que conhecemos de Radiohead está em The King Of Limbs. O que este novo trabalho traz de mais marcante é suavidade de cada música, melodias extremamente comoventes e uma atmosfera suspensa entre frieza, melancolia e emoção.

De início, The King Of Limbs começa de forma mais agressiva. Bloom abre o disco com força e energia, com o destaque para a bateria representando tambores tribais, em seguida vem Morning Mr. Magpie, seguindo a mesma linha enérgica, mas que não está entre os pontos altos do álbum.

Little By Little é a música mais interessante em termos de arranjo. Cordas, metais, voz e o som eletrônico produzem uma incrível atmosfera que precede os highlights do álbum. Vamos a eles:

Feral tem um pouco do que vimos em In Rainbows: a percussão mixada com batidas eletrônicas, dessa vez (e nessa música) coberta pelo Dubstep.

Lotus Flower, o primeiro single, é uma das canções de maior alcance, principalmente pela beleza única de sua melodia e a intensa performance de Thom Yorke à frente dos vocais. A música ambiente está em perfeita harmonia e constrói o clima denso e provoca uma sensação de sonho no ouvinte. No clipe acima podemos notar a postura antipopstar, indiepride e frontman lado B que é o Thom Yorke. De fato ele se envolve intensamente com sua música, mas a atitude no vídeo nada mais é que um freak-show calculado. E isso não é ruim! Quase 6,5 milhões de visualizações é o resultado de uma excelente estratégia para atrais olhares e ouvidos à música do Radiohead. Talvez a atitude mais pop da banda desde a ousada forma encontrada para vender In Rainbows.

Codex é uma faixa mais triste, mesmo com elementos mais pop, com uma linha melódica que remete até mesmo às clássicas canções do Oasis, só que bem mais introspectiva e com a cara do Radiohead. Logo a música que tem o nome diretamente associado a elementos eletrônicos, é a que soa mais orgânica e que enfatiza voz e piano. Mas não é à toa: codex significa originalmente “tronco de árvore”.

Give Up The Ghost é um lamento emocionante conduzido por Thom Yorke, em três vozes que se complementam e produzem um dos melhores resultados do álbum.

Concluindo, temos Separator, outra bela canção. A segunda melhor do álbum. Uma das mais simples e apesar de não identificarmos um elemento pop que justifique a imediata aceitação, achamos que esta pode ser um dos próximos singles.

Crítica: o álbum de estreia de James Blake

Grande promessa de 2011 e revelação da música eletrônica, James Blake chega com seu primeiro disco

O músico figura entre os 40 álbuns mais aguardados de 2011 deste blog. E é, sem dúvida, um ótimo disco. James chega representando o Dubstep, som instrumental que mistura o ritmo digital do dub dos imigrantes jamaicanos da Londres dos anos 80 com o som urbano 2-step. É irregular, lento e cheio de vibrações de baixo e bateria, o que faz com que seu som seja denso e encorpado. Pois James Blake se apropria do estilo, acrescenta seus belos vocais e letras simples e curtas.

James Blake – The Wilhelm Scream

É melancólico, sufocante, depressivo e intenso. Letras carregadas de repetições, nos fazem assimilar de forma mais rápida a beleza e a força do som. E James também traz seu piano à densa atmosfera do Dubstep. Mas ao contrário do que você possa pensar, James é sim um artista experimental, mas está em seus primeiros passos na música pop. O britânico já lançou 4 EPs: Air & Lack Thereof, The Bells Sketch, CMYK, Klavierwerke.

Já bastante reconhecido pela crítica internacional, James Blake vem para mostrar porque merece tanto destaque. Com músicas em estilo lado B, melancólicas e com melodias comoventes, o álbum é o encontro da máquina com o coração. Inteligência e sentimento em consonância. O primeiro single foi lançado no fim de 2010: Limit To Your Love, a música de pegada mais pop do álbum (cover da Feist), forte e triste. Já em 2011, veio a belíssima e profunda The Wilhelm Scream, uma das melhores do disco junto com I Never Learnt To Share e To Care (Like You).

James Blake – I Never Learnt To Share

Ouça este álbum, mas um aviso: você vai se emocionar ou até mesmo chorar. Para ouvir o disco na íntegra, clique AQUI.

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