M.I.A.: entre exageros e boas surpresas em novo álbum
Por Romulo Rodhrigues
No quarto álbum de sua carreira, a cantora M.I.A. causa estranhamento e nos apresenta um disco cheio de nuances e ambiguidades. /\/\/\Y/\ é uma grande experimentação sonora, um passeio pela música eletrônica, o encontro entre a mulher e a máquina. Ruidoso, cheio de texturas, ritmos e variações. Um álbum eletronicamente superlativo. Nada do que eu disse até agora quer dizer que o disco seja maravilhosamente bom. E não é. No meio de todas essas experimentações sonoras M.I.A. chega a se perder algumas vezes, peca pelo exagero e falha. A faixa Steppin Up resume bem o que é esse novo álbum da cantora: uma profusão sonora de erros e acertos.
Veja o vídeo do primeiro single, Born Free (Atenção: há fortes cenas de violência):
M.I.A. transita sobre alguns temas em suas músicas, como internet (XXXO, Internet Connection) e liberdade e política (Born Free, Lovalot). Mas é o universo da internet que se faz mais presente nas músicas de /\/\/\Y/\, a começar pelo próprio nome do álbum como vocês podem ver. Quem ouve o disco pode perceber agressividade, confusão, beleza, originalidade… Tudo ao mesmo tempo. Talvez seja também por isso que o álbum careça de coerência harmônica e músicas como Born Free, Steppin Up e Meds and Feds causam mais incômodo e desconforto do que qualquer outra coisa. Tell Me Why é uma balada tranquila e envolvente. XXXO é a mais controversa do álbum: é aí que M.I.A. se aproxima da música pop, mas com inteligência. Aliás, foi isso que a cantora fez em sua colaboração com Christina Aguilera em Bionic, que resultou na música Elastic Love, uma das melhores desse álbum e uma das melhores do ano.
Elegendo a melhor música do álbum: It Takes A Muscle. É a mais equilibrada, tem uma mistura de ritmos que resulta num som agradável aos ouvidos. Merecem também serem ouvidas com carinho a balada Tell Me Why e a viciante XXXO. Entretanto, o disco deixa a desejar para quem conhece Arular e Kala.
It Takes a Muscle
XXXO